Qual será a bandeira do PSDB para 2010?
(Escrito por Fábio Terra Teixeira)
O governador de São Paulo, José Serra, tem aproximadamente 40% das intenções de voto para as eleições à presidência em 2010. Seu governo é bem avaliado nas pesquisas e ele conta com uma invejável biografia política, que inclui exílio durante a ditadura militar, carreira ilustre de economista e uma disputa eleitoral contra Lula em 2002. No entanto, tanto o PSDB quanto o governador não parecem ainda saber qual será sua bandeira para as eleições.
De acordo com o professor Eurico Figueiredo, coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências Políticas da UFF, o partido não poderá atacar o governo como gostaria. O presidente Lula tem altos índices de aprovação, e seus programas sociais também. O Mensalão petista e o apagão de novembro de 2009 estarão velhos em 2010. Além disso, “seria o roto falando do esfarrapado”, afirma Figueiredo.
De acordo com o professor Eurico Figueiredo, coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências Políticas da UFF, o partido não poderá atacar o governo como gostaria. O presidente Lula tem altos índices de aprovação, e seus programas sociais também. O Mensalão petista e o apagão de novembro de 2009 estarão velhos em 2010. Além disso, “seria o roto falando do esfarrapado”, afirma Figueiredo.
O partido parece perdido, de acordo com o professor de Ciência Política da Unicamp Valeriano Costa. A defesa da ética se tornou frágil com o caso do senador Eduardo Azeredo (PSDB), que teve denúncias contra ele acatadas no Supremo Tribunal Federal. Para piorar, o principal aliado do partido, o Democratas, perdeu o governador José Roberto Arruda, no que foi nomeado “Mensalão do DEM”.
Valeriano acredita que o governo leva vantagem em uma campanha propositiva, apesar de muitas de suas obras não terem ainda saído do papel. “Há um altíssimo risco de rejeição, mas terá que ser uma campanha negativa, baseada na desconstrução de Dilma Rousseff”, afirma. Desvincular a ministra como sucessora de Lula pode ser vital para a vitória. Para o cientista político, a maior fraqueza do governo foi a nomeação da petista, uma candidata sem experiência política em eleições.
Neste quesito, o governador tem vantagem sobre a ministra-chefe da Casa Civil. Figueiredo afirma que provavelmente será uma campanha baseada em marketing, e não em confronto de ideias. De acordo com o professor, um marqueteiro habilidoso pode transformar a biografia de Serra em um diferencial político em relação à petista.
Um problema seria comum aos dois partidos: candidatos antipáticos. Tanto Serra quanto Dilma correm o risco de sofrer um destino parecido com o da candidata para o governo do Rio de Janeiro em 2006 Denise Frossard. “Ela tinha bons índices, mas quando começaram os debates e aparições públicas, ela mostrou seu ranço autoritário e antipatia, o que custou votos”, analisa Figueiredo. Para ele, um candidato não correria este risco: o mineiro Aécio Neves, que decidiu, nesta quinta-feira, 17, não concorrer à presidência, o que consolida o governador de São Paulo como candidato do partido.
Outro problema do PSDB é o potencial de crescimento de Serra. Valeriano afirma que a margem de manobra do governador é muito pequena. Seus índices são bons nos grandes centros urbanos, mas o candidato precisa crescer ainda nas regiões pobres, normalmente redutos do PT. Apesar do baixo índice de rejeição, 25%, não será tarefa fácil. “A perspectiva é de um confronto político duríssimo”, especula Valeriano.
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