segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Hoje, 07 de Setembro de 2009, a popular "Biblioteca Municipal Profº JACINTO GUERRA" completa exatos 45 anos de existência!


PROFESSOR JACINTO GUERRA... UM ÍCONE DA CULTURA BOM-DESPACHENSE
( Para AMPLIAR a FOTO dê um CLIQUE em cima dela )
___________________________________________

-------Mensagem original-------

De: jacinto.guerra@rbsturbo.com.br

Data: 7/9/2009 18:06:49
Para:
rosembergrodriguesdecastro@gmail.com
Assunto: Fw: Biblioteca Municipal de Bom Despacho

Prezado Rosemberg

Tomo a liberdade de enviar-lhe nova cópia deste e-mail, uma vez que você não
deve ter recebido a primeira versão, por motivo de algum erro na remessa.

Um grande abraço do

Jacinto



__________________________

Brasília, 4 de setembro de 2009

Prezado Rosemberg Rodrigues


Ao divulgar o edital MAIS BIBLIOTECAS, do Ministério da Cultura, junto às
autoridades e lideranças municipais, Rosemberg Rodrigues de Castro incentiva
as pequenas cidades de nossa região a seguir o exemplo de Bom Despacho, que
inaugurou sua Bibliteca Municipal há 45 anos, no dia 7 de setembro de 1964.

A generoridade e o senso de justiça do prefeito Antônio Leite de Oliveira,
levou o Governo Municipal a dar o meu nome à Biblioteca Municipal, porque fui
o seu idealizador e seu primeiro diretor.

No entanto, quando, no próximo dia 7 de setembro, iremois assinalar o
primeiro dia de funcionamento da primeira Biblioteca aberta ao público em Bom
Despacho, desejo compartilhar esta homenagem com outras personalidades que
foram decisivas na realização deste empreendimento cultural, por razões as
mais diversas: em primeiro lugar, o Dr.Roberto de Melo Queiroz, então
prefeito municipal, que instituiu e entregou ao nosso povo a sua primeira
biblioteca pública.

A inspiração maior desta iniciativa está ainda mais longe no tempo, no antigo
Ginásio Estadual de Bom Despacho, nos anos 1950, quando uma jovem professora
de História, dona Joesse de Melo Queiroz, primeira esposa do Dr.Roberto,
motivou os seus alunos para um grande movimento que resultou na organização
de uma das primeiras e melhores bibliotecas escolares de nossa cidade.

Como estudante em Bom Despacho, tive o privilégio histórico de ser um dos
colaboradores de dona Joesse naquele belo trabalho em benefício da cultura e
do futuro de nossa cidade.

Mais tarde, já na década de 1960, como estudante de Letras na UFMG, em Belo
Horizonte, lancei a idéia de instituir uma Biblioteca Municipal em minha
terra, um sonho que se concretizou quando iniciei minha carreira de professor
no Colégio Estadual Miguel Gontijo.

O nosso prefeito era uma das personalidades mais notáveis de Bom Despacho: o
jovem médico Roberto de Melo Queiroz, que fez da cultura uma de suas metas de
governo, apesar das enormes dificuldades da época na realização de qualquer
iniciativa de interesse maior da comunidade.

Fico apenas neste breve depoimento a você, Rosemberg, manifestando o desejo
de que 7 de setembro de 2009, quando a nossa Biblioteca completa 45 anos de
bons serviços à educação e à cultura de nosso povo, seja apenas o primeiro
dia de uma série de iniciativae e projetos em benefício da Biblioteca
Municipal que, bem antes do Centenário de Bom Despacho, em 2012, esteja
merecidamente instalada e equipada num belo prédio de arquitetura moderna.

Acredito que neste neste periodo 2009-2010, em que iremos comemorar os 45
anos da Biblioteca, terei a oportunidade de destacar todos os apoios e
incentivos que recebi neste empreendimento, ao mesmo tempo, que a cidade e
seus dirigentes poderão contribuir, de forma decisiva, para que a nossa
Biblioteca esteja ativa, vibrante, e modernamente integrada ao
desenvolvimento de Bom Despacho.

Na oportunidade, peço que o ilustre amigo seja o portador de minhas
homenagens ao pessoal que trabalha na Biblioteca Municipal e a todos os que,
ao logo da história, deram a sua colabaração ao sonho de fazer de Bom
Despacho uma das capitais brasileiras do livro e da leitura
.

Cordialmente

Jacinto Guerra

Hoje, 07 de Setembro de 2009, a popular "Biblioteca Municipal Profº JACINTO GUERRA" completa exatos 45 anos de existência!


PROFESSOR JACINTO GUERRA... UM ÍCONE DA CULTURA BOM-DESPACHENSE
( Para AMPLIAR a FOTO dê um CLIQUE em cima dela )
___________________________________________

-------Mensagem original-------

De: jacinto.guerra@rbsturbo.com.br

Data: 7/9/2009 18:06:49
Para:
rosembergrodriguesdecastro@gmail.com
Assunto: Fw: Biblioteca Municipal de Bom Despacho

Prezado Rosemberg

Tomo a liberdade de enviar-lhe nova cópia deste e-mail, uma vez que você não
deve ter recebido a primeira versão, por motivo de algum erro na remessa.

Um grande abraço do

Jacinto



__________________________

Brasília, 4 de setembro de 2009

Prezado Rosemberg Rodrigues


Ao divulgar o edital MAIS BIBLIOTECAS, do Ministério da Cultura, junto às
autoridades e lideranças municipais, Rosemberg Rodrigues de Castro incentiva
as pequenas cidades de nossa região a seguir o exemplo de Bom Despacho, que
inaugurou sua Bibliteca Municipal há 45 anos, no dia 7 de setembro de 1964.

A generoridade e o senso de justiça do prefeito Antônio Leite de Oliveira,
levou o Governo Municipal a dar o meu nome à Biblioteca Municipal, porque fui
o seu idealizador e seu primeiro diretor.

No entanto, quando, no próximo dia 7 de setembro, iremois assinalar o
primeiro dia de funcionamento da primeira Biblioteca aberta ao público em Bom
Despacho, desejo compartilhar esta homenagem com outras personalidades que
foram decisivas na realização deste empreendimento cultural, por razões as
mais diversas: em primeiro lugar, o Dr.Roberto de Melo Queiroz, então
prefeito municipal, que instituiu e entregou ao nosso povo a sua primeira
biblioteca pública.

A inspiração maior desta iniciativa está ainda mais longe no tempo, no antigo
Ginásio Estadual de Bom Despacho, nos anos 1950, quando uma jovem professora
de História, dona Joesse de Melo Queiroz, primeira esposa do Dr.Roberto,
motivou os seus alunos para um grande movimento que resultou na organização
de uma das primeiras e melhores bibliotecas escolares de nossa cidade.

Como estudante em Bom Despacho, tive o privilégio histórico de ser um dos
colaboradores de dona Joesse naquele belo trabalho em benefício da cultura e
do futuro de nossa cidade.

Mais tarde, já na década de 1960, como estudante de Letras na UFMG, em Belo
Horizonte, lancei a idéia de instituir uma Biblioteca Municipal em minha
terra, um sonho que se concretizou quando iniciei minha carreira de professor
no Colégio Estadual Miguel Gontijo.

O nosso prefeito era uma das personalidades mais notáveis de Bom Despacho: o
jovem médico Roberto de Melo Queiroz, que fez da cultura uma de suas metas de
governo, apesar das enormes dificuldades da época na realização de qualquer
iniciativa de interesse maior da comunidade.

Fico apenas neste breve depoimento a você, Rosemberg, manifestando o desejo
de que 7 de setembro de 2009, quando a nossa Biblioteca completa 45 anos de
bons serviços à educação e à cultura de nosso povo, seja apenas o primeiro
dia de uma série de iniciativae e projetos em benefício da Biblioteca
Municipal que, bem antes do Centenário de Bom Despacho, em 2012, esteja
merecidamente instalada e equipada num belo prédio de arquitetura moderna.

Acredito que neste neste periodo 2009-2010, em que iremos comemorar os 45
anos da Biblioteca, terei a oportunidade de destacar todos os apoios e
incentivos que recebi neste empreendimento, ao mesmo tempo, que a cidade e
seus dirigentes poderão contribuir, de forma decisiva, para que a nossa
Biblioteca esteja ativa, vibrante, e modernamente integrada ao
desenvolvimento de Bom Despacho.

Na oportunidade, peço que o ilustre amigo seja o portador de minhas
homenagens ao pessoal que trabalha na Biblioteca Municipal e a todos os que,
ao logo da história, deram a sua colabaração ao sonho de fazer de Bom
Despacho uma das capitais brasileiras do livro e da leitura
.

Cordialmente

Jacinto Guerra

O combativo e competente Vereador FERNANDO CABRAL, na foto, estava...

O COMBATIVO VEREADOR
FERNANDO CABRAL
( Para AMPLIAR a FOTO dê um CLIQUE em CIMA dela )
Na reunião ordinária da Câmara Municipal de BOM DESPACHO - MG, do dia 31 de agosto próximo passado, tiramos esta FOTO do Vereador FERNANDO CABRAL, exatamente às 20:37:06 horas. em plenário...
Até agora, eu, Rosemberg, AINDA não DESCOBRI se o competente
Vereador Fernando Cabral estava, na foto:
1º) - Dormindo...
2º) - Meditando...
3º) - Articulando...
4º) - Refletindo...
5º) - Piscando os olhos...
De qualquer forma VALEU 'ô' Vereador Fernando Cabral.

O combativo e competente Vereador FERNANDO CABRAL, na foto, estava...

O COMBATIVO VEREADOR
FERNANDO CABRAL
( Para AMPLIAR a FOTO dê um CLIQUE em CIMA dela )
Na reunião ordinária da Câmara Municipal de BOM DESPACHO - MG, do dia 31 de agosto próximo passado, tiramos esta FOTO do Vereador FERNANDO CABRAL, exatamente às 20:37:06 horas. em plenário...
Até agora, eu, Rosemberg, AINDA não DESCOBRI se o competente
Vereador Fernando Cabral estava, na foto:
1º) - Dormindo...
2º) - Meditando...
3º) - Articulando...
4º) - Refletindo...
5º) - Piscando os olhos...
De qualquer forma VALEU 'ô' Vereador Fernando Cabral.

A "PLACA" DEFRONTE O "PRÉDIO" DA "PREFEITURA" DE "BOM DESPACHO - MG"!!! BRINCADEIRA? NÃO! VERDADE-VERDADEIRA!!!

( Para AMPLIAR e VER detalhes da FOTO basta dar um CLIQUE em cima dela )


Esta foto foi tirada no dia 06 de setembro de 2009 - domingão feliz - às 12:58:58 horas. Tal 'placa' se encontra DEFRONTE ao prédio da "PREFEITURA MUNICIPAL DE BOM DESPACHO - MG", localizado à Praça Irmã Albuquerque nº 45 - Centro, neste município. O que me deixa estarrecido, encafifado, estupefato é VER o que nela está escrito, vamos lá, observe a 'dita cuja':



" PREFEITURA MUNICIPAL DE BOM DESPACHO


SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO / SECRETARIA DE FINANÇAS


RELATÓRIO DE RECEITAS E DESPESAS


PERÍODO: 01/01/2005 A 31/12/2005 ..."
De tão rídiculo me nego - INCLUSIVE - a comentar! Mas gostaria, de PÚBLICO, com todo respeito, que o Excelentíssimo Prefeito Municipal de BOM DESPACHO - MG, estimado amigo, o Senhor HAROLDO QUEIROZ ( que ACREDITO não tenha VISTO e/ou OBSERVADO tal 'Placa' com seus DIZERES... ), atualiza-se os DADOS da 'dita cuja' e/ou a retire, DEFINITIVAMENTE, do CITADO local!!! Enquanto isto não acontece... beijinhos do Rosemberg + uma montanha de cidadãos-contribuintes bom-despachenses preocupados com o descaso - permanente - com o dinheiro e bens públicos municipais da "Cidade Sorriso"!

A "PLACA" DEFRONTE O "PRÉDIO" DA "PREFEITURA" DE "BOM DESPACHO - MG"!!! BRINCADEIRA? NÃO! VERDADE-VERDADEIRA!!!

( Para AMPLIAR e VER detalhes da FOTO basta dar um CLIQUE em cima dela )


Esta foto foi tirada no dia 06 de setembro de 2009 - domingão feliz - às 12:58:58 horas. Tal 'placa' se encontra DEFRONTE ao prédio da "PREFEITURA MUNICIPAL DE BOM DESPACHO - MG", localizado à Praça Irmã Albuquerque nº 45 - Centro, neste município. O que me deixa estarrecido, encafifado, estupefato é VER o que nela está escrito, vamos lá, observe a 'dita cuja':



" PREFEITURA MUNICIPAL DE BOM DESPACHO


SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO / SECRETARIA DE FINANÇAS


RELATÓRIO DE RECEITAS E DESPESAS


PERÍODO: 01/01/2005 A 31/12/2005 ..."
De tão rídiculo me nego - INCLUSIVE - a comentar! Mas gostaria, de PÚBLICO, com todo respeito, que o Excelentíssimo Prefeito Municipal de BOM DESPACHO - MG, estimado amigo, o Senhor HAROLDO QUEIROZ ( que ACREDITO não tenha VISTO e/ou OBSERVADO tal 'Placa' com seus DIZERES... ), atualiza-se os DADOS da 'dita cuja' e/ou a retire, DEFINITIVAMENTE, do CITADO local!!! Enquanto isto não acontece... beijinhos do Rosemberg + uma montanha de cidadãos-contribuintes bom-despachenses preocupados com o descaso - permanente - com o dinheiro e bens públicos municipais da "Cidade Sorriso"!

'GRANNNDE' WULCINO em TRÊS - (03) - fases... "CONFESSO QUE VIVI... EM BOM DESPACHO" + "RETORNO À TERRA NATAL" + "FESTA DO BOM-DESPACHENSE AUSENTE" !!!

WULCINO TEIXEIRA DE CARVALHO
( Para AMPLIAR a FOTO dê um CLIQUE nela )


“CONFESSO QUE VIVI... EM BOM DESPACHO”
Poema Mnemônico de Wulcino Teixeira de Carvalho.

PRIMEIRA PARTE

Cheguei em Bom Despacho animado
E, ali mesmo, na Praça do Jardim-sem-Flor
Levei o carro à oficina do Piruca
Pra uma checada no cabeçote do motor.

Dali até o Sebastião Menezes,
Onde fui provar um terno de tropical,
Tive de parar inúmeras vezes
Pra prosear com o “Pinico”, o “Pipoca” e o “Pardal”.

Na majestosa igreja Matriz
Eu vi o padre Antenor, padre Ivo e padre João.
Visitei a casa São Vicente
E comprei presentes na Casa Assumpção.

Passei na loja “Casa da Sogra”
E fui até o Tõinzinho Cardoso.
Depois do cartório do Chico Carvalho
Fui até o Venerando Veneroso.

Tomei uma pinga no Bar do Arísio
E mais outra no Armazém do Marovêu.
Dei uma guimba pro Romeu das Latinhas
E o Sirôco gritou: “O próximo toco é meu!”.

Fiz a feira na Praça do Larguinho.
Comprei pão na padaria do Dôco,
Um quilo de carne no açougue do Martelo
Onde paguei e não recebi o troco.

Do Pepê, fui ao bar do Ari,
Ali bem na Praça da Estação.
E, na Vila Militar eu vi
Os sentinelas trocarem o plantão.

Encontrei o Badu, o Mutrêco, o Péia,
A Futrica, o João - Sapato e o Lôco.
Vi o sô Moacir dentro da boléia.
Dei mais uma guimba pro Sirôco.

Joguei “pelada” no Campinho-do-Padre
E, na Quadra Piraquara, futebol de salão.
À tardinha, na Praça de Esportes eu vi
O Lalado mergulhar e perder o calção.

Com a Dona Lourdes do Zé da Vó
Tive as primeiras lições pela manhã.
Mais tarde, no Grupo Chiquinha Soares
Estudei gramática com a Dona Saçã.

Fui aluno do saudoso Nicomedes Teixeira Campos,
Do Elvino Paiva, do Shudi e do Majelão.
Vi a Dona Clarinda velha de guerra
Esbravejar com o Brasinha e o com Estilão.

Acompanhei a perder de vista
Nicolau Leite na sua longevidade.
Vi dona Alma – a querida parteira –
Trazer novas crianças a esta cidade.

Vi o Azul, o Preto, o Vermelho, o Branco
E a Roxa, completando todas as cores.
Vi o “footing” na porta do Cine Regina
E os namorados na Praça dos Amores.

O pipoqueiro Cristóvão, pontualmente,
Parava seu carrinho defronte a igreja.
E ali no Bar Tupã, cheio de gente,
A moçada animada tomava cerveja.

Aí, peguei o táxi do sô Preto
E fui até lá na casa do Favuca.
De carona com o Zúis-fala-fino
Fui filar a bóia na casa da Tinuca.

Depois de um dedo de prosa com o Elísio
Aparei a barba ali no salão do Oldack.
Encontrei muitas moças maravilhosas,
Mas, a Leda Handam é que era destaque.

Então, fui até o Bar do Salemein
Comprar picolé de côco queimado.
E ali em frente o Bazar do Noeff
Veio o “Bola” me pedir um trocado.

Vi o Antônio Leite na Prefeitura,
Onde assumira pela segunda vez
Após a euforia da primeira vitória
Aquela do histórico 1.503!!!

Ouvi o “Sombra” gargalhando na Rádio
E assombrando toda a turma do PSD.
Vi os políticos da UDN em campanha
Fazendo promessas em que só otário crê.

Vi a Associação Atlética Bom-Despachense
Dar de goleada no time do Batalhão
Na partida onde o Boréia driblou toda a defesa
E o Tarcísio completou com um gol de mão.

Vi o Lara, de juiz, roubar um pênalti
Contra o time do CAP de Pompéu.
Li o livro “Luz, sombra e reflexo”
Vivido e escrito por Dona Liquinha Maciel.

Acompanhei o mestre Zé Etelvino
Edificando igrejas e outras construções.
Andei pelas ruas poeirentas da cidade
Acompanhando reinados e procissões.

Ali em frente o consultório médico
Eu cruzei com o nosso doutor Juca
Que tinha extraído mais dois bernes
Um no “Sapo” e outro no “Pururuca”.

Vi seguidamente a Festa do Rosário
O corte do Dunga, o Moçambique e o Penacho.
Zanzei da Cruz do Monte até a Biquinha
Da Tabatinga à Rua Picão Camacho.

Depois desse périplo bem legal
Revi o Luquine, o Simão e o Zuca.
Aí, peguei a estrada pra capital,
Após buscar meu carro no Piruca.




“RETORNO À TERRA NATAL”
Poema Mnemônico de Wulcino Teixeira de Carvalho

SEGUNDA PARTE

Visitando Bom Despacho, minha terra natal,
Meu “Gordini” não pegava nem no tranco.
Então, deixei-o para uma revisão geral
Por uns dias na oficina do João Branco.

Esse carrinho só dava problema mecânico
E me deixava na mão quase todos os dias.
É verdade, quem tinha um vivia em pânico.
Você pode confirmar com o Júlio Malaquias.

Subindo a pé ali pela antiga Rua do Rosário
Topei com o Patinho, o Cuíca e o Macarrão.
No Bar do Jaú joguei uma partida de baralho
E no Alhambra, tomei um caldo de feijão.

Depois desci até a Churrascaria Itapoã
Onde estavam o Badu e o Geraldo Fuá.
As moças vinham com seus balangandãs,
E ficavam ali passeando pra lá e pra cá.

Na Rua do Céu, sob um sol escaldante,
Fui à Padaria Martins comer “maria-mole”.
Encontrei o José Hilário todo hilariante
Com a chegada da caçula de sua prole.

Na Rádio Difusora, que até hoje eu adoro,
Fui rever os locutores Ronaldinho e Ronaldão.
Encontrei por acaso com o Vicente Teodoro,
O Quinzinho, o Burrotê, o Padre Pedro e o Bocão.

No sábado à noite fui correndo pro S´Imbora
Onde com certeza “Os Bárbaros” iriam tocar
Músicas dos Beatles pra quem ama e namora,
Lindas canções pra gente ouvir e se apaixonar.

Na manhã seguinte participei de um bingo
Em prol das crianças do Campo de Aviação.
No Estádio Chico Marques, naquele domingo,
Assisti mais um “jogaço” da Associação.

O Gráia, no gol foi um verdadeiro paredão
E a AAB ganhou mais uma vez de goleada.
O Roba inflamava a torcida com seu bordão
“Desbronca boreada! Desbronca boreada!”

O doutor Juca, médico simples e verdadeiro,
Se transformava no mais animado torcedor,
E a cada gol dava uma boa grana pro artilheiro
Que a guardada na meia, como bom entendedor.

Ali perto da “Triunfante” e defronte a “Principal”
Topei com o Groza, o Bóica, o Noinha e o Babão.
Cruzei com o Sossego e o Capota na Rua Palmital
Vi o Zé Toniquinho, ali perto do Sô Vítor Brandão.

As moças da Telefônica bem uniformizadas...
...a Celeida, a Suza...hum!.. despertavam paixões.
E as normalistas do ginásio jogando “queimadas”
Arrancavam suspiros maliciosos dos marmanjões.

Vi o Dácio Alves interpretar o monólogo
“As mãos de Eurídice” lá no Cine Odeon,
E o Padre Jaime bancando o psicólogo
Infundindo na juventude o que há de bom.

Perto do Lactário eu vi a querida Irmã Maria
E na “Bebidas Moreira” tomei guaraná Janota.
No posto de gasolina arrisquei com ousadia
E ensinei que “pajé” não é com “g”, é com “j”.

Encontrei o Múcio, o Fauzi, o Caburé, o Tininho
Ali na Praça da Matriz, perto da Coletoria.
Depois, cruzei com o Carlota, o Gustavinho,
O Duílio, o Célio Lobato e o Miguel do Bia.

Vi alguém na porta do Marinho Capoteiro
E, se não me falha aquela impressão vaga,
Parecia ser mesmo o nosso Tôin Relojoeiro
Que, apressado, entrou na Farmácia Gonzaga.

Reencontrei muitos personagens da minha terra,
Que influenciaram e modelaram a minha vida:
Dona Maria do Doca, Dr. Laércio, Jacinto Guerra,
E a Marta do “Zenecleto”, minha catequista querida.

Meu celular tocou, era alguém lá da oficina
Que disse que eu já podia buscar o meu carro.
Enquanto me despedia da minha Avó Enedina
Eis que surge o Sirôco pra me filar um cigarro.



“FESTA DO BOM-DESPACHENSE AUSENTE”
Poema Mnemônico de Wulcino Teixeira de Carvalho

TERCEIRA E ÚLTIMA PARTE


Era dia da festa do bom-despachense ausente.
Chequei à cidade num possante Simca Chambord
Encontrei as ruas e as praças apinhadas de gente,
E de relance eu vi o Zé Vieira, o Calé e o Belchior.

O trânsito estava um horror, pois o tráfego não fluía.
E vendo por ali a Bilula, a Piri e a Suely do Berlim,
Perguntei àquelas três beldades o que sucedia.
E elas me esclareceram o que era aquilo enfim.

O Zé Saquinho – o lixeiro – com sua velha carroça
Tentava desempacar sua inseparável égua “Ventania”
Mas o animal não saía do lugar, e apesar da coça,
Ficou ali atravessado na rua, das dez ao meio-dia.

Depois de muita peleja me safei do engarrafamento
E saí com o Soneira buzinando o táxi atrás de mim.
Perto do Bar do Gatão vi o Domingos, o sargento,
Junto com o Turrinha, o Adão do Dedé e o Efraim.

O Juquinha Padeiro passou no seu caminhão baú
Correndo, como sempre, pra fazer suas entregas.
Parei o Simca pra conversar um pouco com o Badu
Acenei para o Ingrela, pro Tulipa e pro Delegas.
Além do Traíra, passou por alí o “Ôio-de-Pomba”
O Pedro Azul, Zé Maria Rocha, o Babá e o Pequé.
A Futrica prendeu o salto e quase levou um tombo
E xingou os três que riam dela: Péia, Patota e Baé
Nisso, veio descendo a rua o temível Zé Banana
Brandindo, ameaçador, o seu grande chicote.
O Olimpinho do Avelar, com uma cara mais sacana,
Imitou um latido e, de susto, o Zé deu um pinote.

Quando pensei em dar partida e arrancar o meu carro
Dobraram a esquina do meu lado o Jereba e o Tucão.
Mais do que depressa escondi o meu maço de cigarro
Supondo que vinham acompanhados do famoso irmão.

Na Vila Militar vi o comandante do Machado de Prata
Que, àquela época, era o Cel. Wilson Mansos da Cruz
Fui à alfaiataria do Dodô e experimentei uma gravata.
Pela janela vi subindo o “Zenecleto”, da “Cia. Força e Luz”

Na saída, topei com o Bistuíla e o Nenêm “Baruiada”
Colados à parede perto do armazém do Lau Lemos.
O Olimpinho, assustado, vinha numa louca disparada,
Fugindo das chicotadas do Zé. E todos nós trememos.

Prudentemente, esperei passar aquela confusão
Entrei no carro e “arranquei de quinta”, como se diz.
Na praça, avistei o Domingos Leite, o Motor e o Becão.
E mais adiante, o Sô Augusto... seu irmão Dorvelino Azevedo e o Zé Diniz.

Vi a Rosa, a Hortência, a Valquíria e a Margarida,
O Fuca, o Fafavo, o Fôia, o Foca e o Faquinha.
O “Zuêra”, o Secundino, o Caixote e a Aparecida,
A Betize, o Buzé, o Bolão e o Jair Bicudinha.

Perto da Cinderela, a loja do Rolô, eu vi o Tebinha
E na Casa Selecta encontrei o Sô Oscar de Castro – o sacristão.
Na Difusora, o Rosemberg, e no cinema, a Tininha.
Na praça, o Binga com o jipe parado na contramão.

Ali na gráfica do Eurico Bento Chaves eu entrei
Pois há muito eu não via o pequeno Joaquinzinho
Depois, o táxi do sô Pedro Ferreira eu tomei,
Para um papo musical com o Salgado no Larguinho.

Dei um pulinho lá na casa do fotógrafo Zé Pessoa
Para conhecer o seu acervo de antigas fotografias
O “Pai Branco” conversava ali com uma “coroa”
Que mudara pra cidade há muito poucos dias.

No armazém do Raimundo Aleixo eu vi o Grilo,
O Pança, o Tandeco, o Trovão, o Bode e o Crim.
Na Rua Olegário Maciel visitei o Zé Camilo,
Topei com o Mocho, o Lelê, o Pavão e o Crispim.

Houve muitos shows, parada, discursos e exposição
E à noite, um baile de gala no Clube Social da cidade
O Odílio, Zé Lembi e Afonso Nogueira, em gratidão,
Enalteceram a presença maciça da nossa mocidade.

No Rotary Club a cidade fez merecida homenagem
A um de seus filhos ilustres, e um dos mais queridos.
Era o Dr. Robínson Correa Gontijo, que, de passagem,
Num discurso emocionado, deixou a todos comovidos.

Fiz uma visita ao fervoroso Hélio Lembi, de improviso.
E, na saída, vi o Zé Carteiro, o Brinco e o sô Rurick.
Na Prefeitura topei com o Gersino, o Barrela e o Paraíso.
Na volta, comprei um bilhete da federal no sô Wandick.

Ao cair da noite de domingo dirigi-me à majestosa matriz
E, de joelhos, agradeci ao Criador do Universo e da Vida
Pelo privilégio de ter vivido aqui numa época tão feliz
E por ter convivido com pessoas especiais e tão queridas.




'GRANNNDE' WULCINO em TRÊS - (03) - fases... "CONFESSO QUE VIVI... EM BOM DESPACHO" + "RETORNO À TERRA NATAL" + "FESTA DO BOM-DESPACHENSE AUSENTE" !!!

WULCINO TEIXEIRA DE CARVALHO
( Para AMPLIAR a FOTO dê um CLIQUE nela )


“CONFESSO QUE VIVI... EM BOM DESPACHO”
Poema Mnemônico de Wulcino Teixeira de Carvalho.

PRIMEIRA PARTE

Cheguei em Bom Despacho animado
E, ali mesmo, na Praça do Jardim-sem-Flor
Levei o carro à oficina do Piruca
Pra uma checada no cabeçote do motor.

Dali até o Sebastião Menezes,
Onde fui provar um terno de tropical,
Tive de parar inúmeras vezes
Pra prosear com o “Pinico”, o “Pipoca” e o “Pardal”.

Na majestosa igreja Matriz
Eu vi o padre Antenor, padre Ivo e padre João.
Visitei a casa São Vicente
E comprei presentes na Casa Assumpção.

Passei na loja “Casa da Sogra”
E fui até o Tõinzinho Cardoso.
Depois do cartório do Chico Carvalho
Fui até o Venerando Veneroso.

Tomei uma pinga no Bar do Arísio
E mais outra no Armazém do Marovêu.
Dei uma guimba pro Romeu das Latinhas
E o Sirôco gritou: “O próximo toco é meu!”.

Fiz a feira na Praça do Larguinho.
Comprei pão na padaria do Dôco,
Um quilo de carne no açougue do Martelo
Onde paguei e não recebi o troco.

Do Pepê, fui ao bar do Ari,
Ali bem na Praça da Estação.
E, na Vila Militar eu vi
Os sentinelas trocarem o plantão.

Encontrei o Badu, o Mutrêco, o Péia,
A Futrica, o João - Sapato e o Lôco.
Vi o sô Moacir dentro da boléia.
Dei mais uma guimba pro Sirôco.

Joguei “pelada” no Campinho-do-Padre
E, na Quadra Piraquara, futebol de salão.
À tardinha, na Praça de Esportes eu vi
O Lalado mergulhar e perder o calção.

Com a Dona Lourdes do Zé da Vó
Tive as primeiras lições pela manhã.
Mais tarde, no Grupo Chiquinha Soares
Estudei gramática com a Dona Saçã.

Fui aluno do saudoso Nicomedes Teixeira Campos,
Do Elvino Paiva, do Shudi e do Majelão.
Vi a Dona Clarinda velha de guerra
Esbravejar com o Brasinha e o com Estilão.

Acompanhei a perder de vista
Nicolau Leite na sua longevidade.
Vi dona Alma – a querida parteira –
Trazer novas crianças a esta cidade.

Vi o Azul, o Preto, o Vermelho, o Branco
E a Roxa, completando todas as cores.
Vi o “footing” na porta do Cine Regina
E os namorados na Praça dos Amores.

O pipoqueiro Cristóvão, pontualmente,
Parava seu carrinho defronte a igreja.
E ali no Bar Tupã, cheio de gente,
A moçada animada tomava cerveja.

Aí, peguei o táxi do sô Preto
E fui até lá na casa do Favuca.
De carona com o Zúis-fala-fino
Fui filar a bóia na casa da Tinuca.

Depois de um dedo de prosa com o Elísio
Aparei a barba ali no salão do Oldack.
Encontrei muitas moças maravilhosas,
Mas, a Leda Handam é que era destaque.

Então, fui até o Bar do Salemein
Comprar picolé de côco queimado.
E ali em frente o Bazar do Noeff
Veio o “Bola” me pedir um trocado.

Vi o Antônio Leite na Prefeitura,
Onde assumira pela segunda vez
Após a euforia da primeira vitória
Aquela do histórico 1.503!!!

Ouvi o “Sombra” gargalhando na Rádio
E assombrando toda a turma do PSD.
Vi os políticos da UDN em campanha
Fazendo promessas em que só otário crê.

Vi a Associação Atlética Bom-Despachense
Dar de goleada no time do Batalhão
Na partida onde o Boréia driblou toda a defesa
E o Tarcísio completou com um gol de mão.

Vi o Lara, de juiz, roubar um pênalti
Contra o time do CAP de Pompéu.
Li o livro “Luz, sombra e reflexo”
Vivido e escrito por Dona Liquinha Maciel.

Acompanhei o mestre Zé Etelvino
Edificando igrejas e outras construções.
Andei pelas ruas poeirentas da cidade
Acompanhando reinados e procissões.

Ali em frente o consultório médico
Eu cruzei com o nosso doutor Juca
Que tinha extraído mais dois bernes
Um no “Sapo” e outro no “Pururuca”.

Vi seguidamente a Festa do Rosário
O corte do Dunga, o Moçambique e o Penacho.
Zanzei da Cruz do Monte até a Biquinha
Da Tabatinga à Rua Picão Camacho.

Depois desse périplo bem legal
Revi o Luquine, o Simão e o Zuca.
Aí, peguei a estrada pra capital,
Após buscar meu carro no Piruca.




“RETORNO À TERRA NATAL”
Poema Mnemônico de Wulcino Teixeira de Carvalho

SEGUNDA PARTE

Visitando Bom Despacho, minha terra natal,
Meu “Gordini” não pegava nem no tranco.
Então, deixei-o para uma revisão geral
Por uns dias na oficina do João Branco.

Esse carrinho só dava problema mecânico
E me deixava na mão quase todos os dias.
É verdade, quem tinha um vivia em pânico.
Você pode confirmar com o Júlio Malaquias.

Subindo a pé ali pela antiga Rua do Rosário
Topei com o Patinho, o Cuíca e o Macarrão.
No Bar do Jaú joguei uma partida de baralho
E no Alhambra, tomei um caldo de feijão.

Depois desci até a Churrascaria Itapoã
Onde estavam o Badu e o Geraldo Fuá.
As moças vinham com seus balangandãs,
E ficavam ali passeando pra lá e pra cá.

Na Rua do Céu, sob um sol escaldante,
Fui à Padaria Martins comer “maria-mole”.
Encontrei o José Hilário todo hilariante
Com a chegada da caçula de sua prole.

Na Rádio Difusora, que até hoje eu adoro,
Fui rever os locutores Ronaldinho e Ronaldão.
Encontrei por acaso com o Vicente Teodoro,
O Quinzinho, o Burrotê, o Padre Pedro e o Bocão.

No sábado à noite fui correndo pro S´Imbora
Onde com certeza “Os Bárbaros” iriam tocar
Músicas dos Beatles pra quem ama e namora,
Lindas canções pra gente ouvir e se apaixonar.

Na manhã seguinte participei de um bingo
Em prol das crianças do Campo de Aviação.
No Estádio Chico Marques, naquele domingo,
Assisti mais um “jogaço” da Associação.

O Gráia, no gol foi um verdadeiro paredão
E a AAB ganhou mais uma vez de goleada.
O Roba inflamava a torcida com seu bordão
“Desbronca boreada! Desbronca boreada!”

O doutor Juca, médico simples e verdadeiro,
Se transformava no mais animado torcedor,
E a cada gol dava uma boa grana pro artilheiro
Que a guardada na meia, como bom entendedor.

Ali perto da “Triunfante” e defronte a “Principal”
Topei com o Groza, o Bóica, o Noinha e o Babão.
Cruzei com o Sossego e o Capota na Rua Palmital
Vi o Zé Toniquinho, ali perto do Sô Vítor Brandão.

As moças da Telefônica bem uniformizadas...
...a Celeida, a Suza...hum!.. despertavam paixões.
E as normalistas do ginásio jogando “queimadas”
Arrancavam suspiros maliciosos dos marmanjões.

Vi o Dácio Alves interpretar o monólogo
“As mãos de Eurídice” lá no Cine Odeon,
E o Padre Jaime bancando o psicólogo
Infundindo na juventude o que há de bom.

Perto do Lactário eu vi a querida Irmã Maria
E na “Bebidas Moreira” tomei guaraná Janota.
No posto de gasolina arrisquei com ousadia
E ensinei que “pajé” não é com “g”, é com “j”.

Encontrei o Múcio, o Fauzi, o Caburé, o Tininho
Ali na Praça da Matriz, perto da Coletoria.
Depois, cruzei com o Carlota, o Gustavinho,
O Duílio, o Célio Lobato e o Miguel do Bia.

Vi alguém na porta do Marinho Capoteiro
E, se não me falha aquela impressão vaga,
Parecia ser mesmo o nosso Tôin Relojoeiro
Que, apressado, entrou na Farmácia Gonzaga.

Reencontrei muitos personagens da minha terra,
Que influenciaram e modelaram a minha vida:
Dona Maria do Doca, Dr. Laércio, Jacinto Guerra,
E a Marta do “Zenecleto”, minha catequista querida.

Meu celular tocou, era alguém lá da oficina
Que disse que eu já podia buscar o meu carro.
Enquanto me despedia da minha Avó Enedina
Eis que surge o Sirôco pra me filar um cigarro.



“FESTA DO BOM-DESPACHENSE AUSENTE”
Poema Mnemônico de Wulcino Teixeira de Carvalho

TERCEIRA E ÚLTIMA PARTE


Era dia da festa do bom-despachense ausente.
Chequei à cidade num possante Simca Chambord
Encontrei as ruas e as praças apinhadas de gente,
E de relance eu vi o Zé Vieira, o Calé e o Belchior.

O trânsito estava um horror, pois o tráfego não fluía.
E vendo por ali a Bilula, a Piri e a Suely do Berlim,
Perguntei àquelas três beldades o que sucedia.
E elas me esclareceram o que era aquilo enfim.

O Zé Saquinho – o lixeiro – com sua velha carroça
Tentava desempacar sua inseparável égua “Ventania”
Mas o animal não saía do lugar, e apesar da coça,
Ficou ali atravessado na rua, das dez ao meio-dia.

Depois de muita peleja me safei do engarrafamento
E saí com o Soneira buzinando o táxi atrás de mim.
Perto do Bar do Gatão vi o Domingos, o sargento,
Junto com o Turrinha, o Adão do Dedé e o Efraim.

O Juquinha Padeiro passou no seu caminhão baú
Correndo, como sempre, pra fazer suas entregas.
Parei o Simca pra conversar um pouco com o Badu
Acenei para o Ingrela, pro Tulipa e pro Delegas.
Além do Traíra, passou por alí o “Ôio-de-Pomba”
O Pedro Azul, Zé Maria Rocha, o Babá e o Pequé.
A Futrica prendeu o salto e quase levou um tombo
E xingou os três que riam dela: Péia, Patota e Baé
Nisso, veio descendo a rua o temível Zé Banana
Brandindo, ameaçador, o seu grande chicote.
O Olimpinho do Avelar, com uma cara mais sacana,
Imitou um latido e, de susto, o Zé deu um pinote.

Quando pensei em dar partida e arrancar o meu carro
Dobraram a esquina do meu lado o Jereba e o Tucão.
Mais do que depressa escondi o meu maço de cigarro
Supondo que vinham acompanhados do famoso irmão.

Na Vila Militar vi o comandante do Machado de Prata
Que, àquela época, era o Cel. Wilson Mansos da Cruz
Fui à alfaiataria do Dodô e experimentei uma gravata.
Pela janela vi subindo o “Zenecleto”, da “Cia. Força e Luz”

Na saída, topei com o Bistuíla e o Nenêm “Baruiada”
Colados à parede perto do armazém do Lau Lemos.
O Olimpinho, assustado, vinha numa louca disparada,
Fugindo das chicotadas do Zé. E todos nós trememos.

Prudentemente, esperei passar aquela confusão
Entrei no carro e “arranquei de quinta”, como se diz.
Na praça, avistei o Domingos Leite, o Motor e o Becão.
E mais adiante, o Sô Augusto... seu irmão Dorvelino Azevedo e o Zé Diniz.

Vi a Rosa, a Hortência, a Valquíria e a Margarida,
O Fuca, o Fafavo, o Fôia, o Foca e o Faquinha.
O “Zuêra”, o Secundino, o Caixote e a Aparecida,
A Betize, o Buzé, o Bolão e o Jair Bicudinha.

Perto da Cinderela, a loja do Rolô, eu vi o Tebinha
E na Casa Selecta encontrei o Sô Oscar de Castro – o sacristão.
Na Difusora, o Rosemberg, e no cinema, a Tininha.
Na praça, o Binga com o jipe parado na contramão.

Ali na gráfica do Eurico Bento Chaves eu entrei
Pois há muito eu não via o pequeno Joaquinzinho
Depois, o táxi do sô Pedro Ferreira eu tomei,
Para um papo musical com o Salgado no Larguinho.

Dei um pulinho lá na casa do fotógrafo Zé Pessoa
Para conhecer o seu acervo de antigas fotografias
O “Pai Branco” conversava ali com uma “coroa”
Que mudara pra cidade há muito poucos dias.

No armazém do Raimundo Aleixo eu vi o Grilo,
O Pança, o Tandeco, o Trovão, o Bode e o Crim.
Na Rua Olegário Maciel visitei o Zé Camilo,
Topei com o Mocho, o Lelê, o Pavão e o Crispim.

Houve muitos shows, parada, discursos e exposição
E à noite, um baile de gala no Clube Social da cidade
O Odílio, Zé Lembi e Afonso Nogueira, em gratidão,
Enalteceram a presença maciça da nossa mocidade.

No Rotary Club a cidade fez merecida homenagem
A um de seus filhos ilustres, e um dos mais queridos.
Era o Dr. Robínson Correa Gontijo, que, de passagem,
Num discurso emocionado, deixou a todos comovidos.

Fiz uma visita ao fervoroso Hélio Lembi, de improviso.
E, na saída, vi o Zé Carteiro, o Brinco e o sô Rurick.
Na Prefeitura topei com o Gersino, o Barrela e o Paraíso.
Na volta, comprei um bilhete da federal no sô Wandick.

Ao cair da noite de domingo dirigi-me à majestosa matriz
E, de joelhos, agradeci ao Criador do Universo e da Vida
Pelo privilégio de ter vivido aqui numa época tão feliz
E por ter convivido com pessoas especiais e tão queridas.




O popularíssimo "Presidente LULA" fala sobre o 7 de Setembro... ( Para VER basta CLICAR na SETA )



06/09/2009 - 20h45

Veja íntegra do discurso de Lula



"Folha Online"

Leia abaixo a íntegra do discurso do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva feito em rede nacional de rádio e TV na noite deste domingo, 06 de setembro de 2009. Durante o pronunciamento, ele defendeu o regime de partilha na exploração do pré-sal e chamou os brasileiros a acompanhar o trâmite dos projetos no Congresso.

*

Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
É comum que o 7 de Setembro sirva para a gente enaltecer o passado e pensar o presente. Desta vez é diferente: este é o 7 de Setembro do Brasil festejar o futuro. De celebrar uma nova independência.
Esta nova independência tem nome, forma e conteúdo. Seu nome é pré-sal; seu conteúdo são as gigantescas jazidas de petróleo e gás descobertas nas profundezas do nosso mar; sua forma é o conjunto de projetos de lei que enviamos, há poucos dias, ao Congresso Nacional. E que vai garantir que esta riqueza seja corretamente utilizada para o bem do Brasil e de todos os brasileiros.
Peço a cada um de vocês que acompanhe passo a passo as discussões destas leis no Congresso. Que se informe, reflita, e entre de corpo e alma nesse debate tão importante para os destinos do Brasil e para o futuro de nossos filhos e netos.
Posso resumir em duas frases a proposta do governo: de um lado, ela garante que a maior parte da riqueza do pré-sal fique nas mãos dos brasileiros; de outro, ela impede que qualquer governante gaste de forma irresponsável estes recursos. E mais: obriga que este dinheiro seja aplicado em educação, ciência e tecnologia, cultura, defesa do meio ambiente e combate à pobreza.
Minhas amigas e meus amigos,
O pré-sal é uma das maiores descobertas de todos os tempos. Ainda não se pode dizer, com exatidão, quantos bilhões de barris de petróleo existem nele. Mas já se pode garantir, com toda segurança, que ele colocará o Brasil entre os países com maiores reservas de petróleo e gás do mundo.
Elas se espalham por uma área de 149 mil quilômetros quadrados, que começa no litoral do Espírito Santo e termina no de Santa Catarina. É uma área do tamanho do Estado do Ceará.
As jazidas ficam debaixo de uma lâmina de água e de camada de sal, que, em alguns pontos, correspondem a dez morros do corcovado empilhados.
Minhas amigas e meus amigos,
O que deve fazer um povo livre, responsável e soberano ao receber tamanha dádiva de Deus? Garantir que esta riqueza não escape de suas mãos, buscar os meios mais eficientes de explorá-la e modernizar suas leis para não repetir os erros de outros países.
A história tem mostrado que a riqueza do petróleo é uma faca de dois gumes. Quando bem explorada, traz progresso para o povo. Quando mal explorada, ela traz conflitos, desperdícios, agressão ao meio ambiente, desorganização da economia e privilégios para uns poucos. Assim, alguns países pobres, ricos em petróleo, não conseguiram jamais sair da miséria.
Por isso, dei orientações bem claras aos ministros. Primeira: o petróleo e o gás pertencem ao povo brasileiro. Como no pré-sal, os possíveis sócios terão poucos riscos, eles não podem ficar com a parte da renda. Ela tem que ser do povo. Segunda orientação: o Brasil não pode ser um mero exportador de óleo cru. Vamos agregar valor aqui dentro, exportando derivados, como gasolina, diesel e produtos petroquímicos, que valem muito mais. Vamos construir uma poderosa indústria de equipamentos e serviços e gerar milhares e milhares de empregos brasileiros.
Terceira orientação: não vamos nos deslumbrar e sair por aí, como novos ricos, torrando dinheiro em bobagens. O pré-sal é um passaporte para o futuro. Vamos investir seus recursos naquilo que temos de mais precioso e promissor: nossos filhos, nossos netos, nosso futuro.
Minhas amigas e meus amigos,
Os ministros seguiram estas diretrizes e honraram o compromisso com o povo brasileiro. A principal mudança que estamos propondo é que, nas áreas ainda não exploradas do pré-sal, passe a vigorar o modelo de partilha. Quase todos os países que têm grandes reservas e baixo risco de exploração adotam este sistema. Ele garante que o Estado e o povo continuem donos da maior parte do óleo e do gás mesmo depois de sua extração.
O modelo de concessão, que foi adotado em 97, não se adapta à nova situação. Seria um erro mantê-lo no pré-sal. Um erro grave. Ele foi implantado quando não sabíamos da existência de grandes reservas e o país não tinha recursos para explorar seu petróleo.Estamos propondo, também, que a Petrobras seja a operadora de toda área. Ou seja, exerça atividades de exploração e produção, com uma participação mínima de 30% em todos os blocos.
Não podia ser diferente. Afinal, temos dentro de casa uma das maiores, melhores e mais respeitadas empresas de petróleo do mundo. Assim saberemos tudo sobre as reservas, aperfeiçoaremos nossa tecnologia e faremos da Petrobras uma empresa ainda mais forte.
Este trabalho será complementado pela Petro-sal, uma nova empresa estatal, enxuta e altamente qualificada, que vai gerir os contratos de partilha e os de comercialização. Ela não vai concorrer com a Petrobras. Sua função é outra --a de ser o olho do povo na fiscalização de toda operação.
Minhas amigas e meus amigos,
Hoje o Brasil tem todas as condições políticas, econômicas e tecnológicas para enfrentar este desafio. A economia do Brasil vive um novo momento. De 2003 a 2008, crescemos em média, 4,1% ao ano. Nos últimos dois anos, mais que 5%. O país gerou cerca de onze milhões de empregos com carteira assinada. O desemprego caiu fortemente, de 11,7% em 2003, para 8% hoje. As taxas de juros são as menores das últimas décadas.
Não só pagamos a dívida externa, como acumulamos reservas de US$ 215 bilhões. E mais: reduzimos a miséria e as desigualdades. Mais de 30 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza. E destes, 20 milhões ingressaram na nova classe média, fortalecendo o mercado interno e dando vigoroso impulso à nossa economia.
O fato é que hoje temos uma economia organizada e em crescimento, que foi testada na mais grave crise internacional desde 29 e saiu-se muito bem. Não só não quebramos, como fomos um dos últimos países a entrar na crise e estamos sendo um dos primeiros a sair dela. Antes, éramos alvo de chacotas e de imposições. Hoje, nossa voz é ouvida lá fora com atenção e respeito.
A Petrobras de hoje é a cara deste novo Brasil. É a oitava maior empresa do mundo. Não existe nenhuma empresa, na Europa, do tamanho dela. Nas Américas, fica atrás apenas de três gigantes norte-americanas. E é a segunda empresa em lucratividade. E, entre as petroleiras, a segunda em valor de mercado no mundo.
A Petrobras chegou aí, entre outros motivos, porque este governo acreditou e investiu, dando condições para que ela aumentasse a produção, encomendasse plataformas, sondas, modernizasse e ampliasse refinarias, treinasse e contratasse funcionários. Além de construir uma grande infra-estrutura de gás natural e entrar na área de biocombustíveis.
O coroamento deste esforço foi exatamente a descoberta, pela própria Petrobras, das reservas do pré-sal. Um feito extraordinário, que encheu de admiração o mundo e de orgulho os brasileiros.
Minhas amigas e meus amigos,
Este é um governo que acredita no Brasil e no que ele tem de mais rico: o seu povo.
É por isso que propomos que os recursos do pré-sal sejam colocados em um fundo social, controlado pela sociedade, e que será aplicado, majoritariamente, em desenvolvimento humano. De um lado, o novo fundo será uma mega-poupança, um passaporte para o futuro, que nos ajudará, entre outras coisas, a pagar a imensa dívida que o país tem com a educação e a pobreza.
De outro lado, funcionará, também, como um dique contra a entrada desordenada de dinheiro externo, evitando seus efeitos nocivos e garantindo que nossa economia siga saudável, forte e baseada no trabalho e no talento de nossa gente.
Todos estes temas estão agora em discussão no Congresso Nacional e eu sei que contaremos, mais uma vez, com o apoio livre e soberano do Legislativo na construção deste novo Brasil.
Uma ação desta amplitude só pode ocorrer, de forma saudável, em um ambiente democrático. A democracia é o ambiente mais saudável para o crescimento.
O embate e a paixão política fazem parte do universo democrático, mas não podemos deixar que interesses menores retardem ou desviem a marcha do futuro.
Uma democracia só se fortalece com a participação da sociedade. Por isso se mobilize, converse com seus amigos, escreva pra seu deputado, seu senador, pra que eles apoiem o que é melhor para o Brasil.
O Brasil não tem medo de crescer, nem de buscar os melhores caminhos. Não vai ficar preso a dogmas, a modelos fechados ou a falsas verdades.
O Brasil acredita no livre mercado mas também no papel do Estado como indutor do desenvolvimento. E saberá sempre buscar o equilíbrio que garanta o melhor para seu povo.
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
É tempo de ampliarmos, ainda mais, a nossa esperança no Brasil. A independência não é um quadro na parede nem um grito congelado na história. A independência é uma construção do dia-a-dia. A reinvenção permanente de uma nação. A caminhada segura e soberana para o futuro.
Viva o 7 de Setembro! Boa noite!

( O texto do discurso do Presidente Lula pode e deve ser VISUALIZADO no seguinte endereço eletrônico... para isto basta dar um CLIQUE aqui: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u620296.shtml )

O popularíssimo "Presidente LULA" fala sobre o 7 de Setembro... ( Para VER basta CLICAR na SETA )



06/09/2009 - 20h45

Veja íntegra do discurso de Lula



"Folha Online"

Leia abaixo a íntegra do discurso do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva feito em rede nacional de rádio e TV na noite deste domingo, 06 de setembro de 2009. Durante o pronunciamento, ele defendeu o regime de partilha na exploração do pré-sal e chamou os brasileiros a acompanhar o trâmite dos projetos no Congresso.

*

Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
É comum que o 7 de Setembro sirva para a gente enaltecer o passado e pensar o presente. Desta vez é diferente: este é o 7 de Setembro do Brasil festejar o futuro. De celebrar uma nova independência.
Esta nova independência tem nome, forma e conteúdo. Seu nome é pré-sal; seu conteúdo são as gigantescas jazidas de petróleo e gás descobertas nas profundezas do nosso mar; sua forma é o conjunto de projetos de lei que enviamos, há poucos dias, ao Congresso Nacional. E que vai garantir que esta riqueza seja corretamente utilizada para o bem do Brasil e de todos os brasileiros.
Peço a cada um de vocês que acompanhe passo a passo as discussões destas leis no Congresso. Que se informe, reflita, e entre de corpo e alma nesse debate tão importante para os destinos do Brasil e para o futuro de nossos filhos e netos.
Posso resumir em duas frases a proposta do governo: de um lado, ela garante que a maior parte da riqueza do pré-sal fique nas mãos dos brasileiros; de outro, ela impede que qualquer governante gaste de forma irresponsável estes recursos. E mais: obriga que este dinheiro seja aplicado em educação, ciência e tecnologia, cultura, defesa do meio ambiente e combate à pobreza.
Minhas amigas e meus amigos,
O pré-sal é uma das maiores descobertas de todos os tempos. Ainda não se pode dizer, com exatidão, quantos bilhões de barris de petróleo existem nele. Mas já se pode garantir, com toda segurança, que ele colocará o Brasil entre os países com maiores reservas de petróleo e gás do mundo.
Elas se espalham por uma área de 149 mil quilômetros quadrados, que começa no litoral do Espírito Santo e termina no de Santa Catarina. É uma área do tamanho do Estado do Ceará.
As jazidas ficam debaixo de uma lâmina de água e de camada de sal, que, em alguns pontos, correspondem a dez morros do corcovado empilhados.
Minhas amigas e meus amigos,
O que deve fazer um povo livre, responsável e soberano ao receber tamanha dádiva de Deus? Garantir que esta riqueza não escape de suas mãos, buscar os meios mais eficientes de explorá-la e modernizar suas leis para não repetir os erros de outros países.
A história tem mostrado que a riqueza do petróleo é uma faca de dois gumes. Quando bem explorada, traz progresso para o povo. Quando mal explorada, ela traz conflitos, desperdícios, agressão ao meio ambiente, desorganização da economia e privilégios para uns poucos. Assim, alguns países pobres, ricos em petróleo, não conseguiram jamais sair da miséria.
Por isso, dei orientações bem claras aos ministros. Primeira: o petróleo e o gás pertencem ao povo brasileiro. Como no pré-sal, os possíveis sócios terão poucos riscos, eles não podem ficar com a parte da renda. Ela tem que ser do povo. Segunda orientação: o Brasil não pode ser um mero exportador de óleo cru. Vamos agregar valor aqui dentro, exportando derivados, como gasolina, diesel e produtos petroquímicos, que valem muito mais. Vamos construir uma poderosa indústria de equipamentos e serviços e gerar milhares e milhares de empregos brasileiros.
Terceira orientação: não vamos nos deslumbrar e sair por aí, como novos ricos, torrando dinheiro em bobagens. O pré-sal é um passaporte para o futuro. Vamos investir seus recursos naquilo que temos de mais precioso e promissor: nossos filhos, nossos netos, nosso futuro.
Minhas amigas e meus amigos,
Os ministros seguiram estas diretrizes e honraram o compromisso com o povo brasileiro. A principal mudança que estamos propondo é que, nas áreas ainda não exploradas do pré-sal, passe a vigorar o modelo de partilha. Quase todos os países que têm grandes reservas e baixo risco de exploração adotam este sistema. Ele garante que o Estado e o povo continuem donos da maior parte do óleo e do gás mesmo depois de sua extração.
O modelo de concessão, que foi adotado em 97, não se adapta à nova situação. Seria um erro mantê-lo no pré-sal. Um erro grave. Ele foi implantado quando não sabíamos da existência de grandes reservas e o país não tinha recursos para explorar seu petróleo.Estamos propondo, também, que a Petrobras seja a operadora de toda área. Ou seja, exerça atividades de exploração e produção, com uma participação mínima de 30% em todos os blocos.
Não podia ser diferente. Afinal, temos dentro de casa uma das maiores, melhores e mais respeitadas empresas de petróleo do mundo. Assim saberemos tudo sobre as reservas, aperfeiçoaremos nossa tecnologia e faremos da Petrobras uma empresa ainda mais forte.
Este trabalho será complementado pela Petro-sal, uma nova empresa estatal, enxuta e altamente qualificada, que vai gerir os contratos de partilha e os de comercialização. Ela não vai concorrer com a Petrobras. Sua função é outra --a de ser o olho do povo na fiscalização de toda operação.
Minhas amigas e meus amigos,
Hoje o Brasil tem todas as condições políticas, econômicas e tecnológicas para enfrentar este desafio. A economia do Brasil vive um novo momento. De 2003 a 2008, crescemos em média, 4,1% ao ano. Nos últimos dois anos, mais que 5%. O país gerou cerca de onze milhões de empregos com carteira assinada. O desemprego caiu fortemente, de 11,7% em 2003, para 8% hoje. As taxas de juros são as menores das últimas décadas.
Não só pagamos a dívida externa, como acumulamos reservas de US$ 215 bilhões. E mais: reduzimos a miséria e as desigualdades. Mais de 30 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza. E destes, 20 milhões ingressaram na nova classe média, fortalecendo o mercado interno e dando vigoroso impulso à nossa economia.
O fato é que hoje temos uma economia organizada e em crescimento, que foi testada na mais grave crise internacional desde 29 e saiu-se muito bem. Não só não quebramos, como fomos um dos últimos países a entrar na crise e estamos sendo um dos primeiros a sair dela. Antes, éramos alvo de chacotas e de imposições. Hoje, nossa voz é ouvida lá fora com atenção e respeito.
A Petrobras de hoje é a cara deste novo Brasil. É a oitava maior empresa do mundo. Não existe nenhuma empresa, na Europa, do tamanho dela. Nas Américas, fica atrás apenas de três gigantes norte-americanas. E é a segunda empresa em lucratividade. E, entre as petroleiras, a segunda em valor de mercado no mundo.
A Petrobras chegou aí, entre outros motivos, porque este governo acreditou e investiu, dando condições para que ela aumentasse a produção, encomendasse plataformas, sondas, modernizasse e ampliasse refinarias, treinasse e contratasse funcionários. Além de construir uma grande infra-estrutura de gás natural e entrar na área de biocombustíveis.
O coroamento deste esforço foi exatamente a descoberta, pela própria Petrobras, das reservas do pré-sal. Um feito extraordinário, que encheu de admiração o mundo e de orgulho os brasileiros.
Minhas amigas e meus amigos,
Este é um governo que acredita no Brasil e no que ele tem de mais rico: o seu povo.
É por isso que propomos que os recursos do pré-sal sejam colocados em um fundo social, controlado pela sociedade, e que será aplicado, majoritariamente, em desenvolvimento humano. De um lado, o novo fundo será uma mega-poupança, um passaporte para o futuro, que nos ajudará, entre outras coisas, a pagar a imensa dívida que o país tem com a educação e a pobreza.
De outro lado, funcionará, também, como um dique contra a entrada desordenada de dinheiro externo, evitando seus efeitos nocivos e garantindo que nossa economia siga saudável, forte e baseada no trabalho e no talento de nossa gente.
Todos estes temas estão agora em discussão no Congresso Nacional e eu sei que contaremos, mais uma vez, com o apoio livre e soberano do Legislativo na construção deste novo Brasil.
Uma ação desta amplitude só pode ocorrer, de forma saudável, em um ambiente democrático. A democracia é o ambiente mais saudável para o crescimento.
O embate e a paixão política fazem parte do universo democrático, mas não podemos deixar que interesses menores retardem ou desviem a marcha do futuro.
Uma democracia só se fortalece com a participação da sociedade. Por isso se mobilize, converse com seus amigos, escreva pra seu deputado, seu senador, pra que eles apoiem o que é melhor para o Brasil.
O Brasil não tem medo de crescer, nem de buscar os melhores caminhos. Não vai ficar preso a dogmas, a modelos fechados ou a falsas verdades.
O Brasil acredita no livre mercado mas também no papel do Estado como indutor do desenvolvimento. E saberá sempre buscar o equilíbrio que garanta o melhor para seu povo.
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
É tempo de ampliarmos, ainda mais, a nossa esperança no Brasil. A independência não é um quadro na parede nem um grito congelado na história. A independência é uma construção do dia-a-dia. A reinvenção permanente de uma nação. A caminhada segura e soberana para o futuro.
Viva o 7 de Setembro! Boa noite!

( O texto do discurso do Presidente Lula pode e deve ser VISUALIZADO no seguinte endereço eletrônico... para isto basta dar um CLIQUE aqui: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u620296.shtml )